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ANO DA FÉ MAS, O QUE É A FÉ?

Atualizado

Foi dada a partida. Já estamos no “Ano da Fé”.Isso significa o quê? Qual o sentido e a importância desse evento? Por que isso agora? São cinquenta anos da abertura do Concílio Vaticano II. E parece que a fé vem perdendo terreno para uma sociedade pouco espiritualizada, fortemente consumista. Há uma triste inversão de valores: o essencial é relativizado; o secundário, o supérfluo, o banal vão ganhando espaço. O Papa Bento XVI nos lembra que este deve ser um ano de “reflexão e redescoberta da fé”. Tempo propício para que cada pessoa possa “reavivar, purificar, confirmar, confessar” a própria fé. Para isso, espera-se maior empenho “na vida de fé, no conhecimento da Palavra de Deus, no encontro vital com a pessoa de Jesus Cristo em Sua Igreja, na formação da doutrina cristã, na incidência dos valores da fé na vida humana pessoal e social”. Esse ano deve se transformar numa “peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial”.O deserto é uma referência à aridez, à falta de sentido da vida que se experimenta em nossa sociedade. ‘Levar o essencial’ faz lembrar o exagerado consumismo, o desejo doentio de posse, a ambição e a ganância de muitos. Carregamos nas costas um peso incômodo de coisas que não nos satisfazem e não nos realizam. E como viver o Ano da Fé? Penso que o primeiro passo é procurar entender bem o que é a fé. Nossa compreensão é, muitas vezes, limitada. Seria, por exemplo, acreditar em Deus? Claro, mas isso é muito pouco. Veja o que diz São Tiago: “Tu crês que há um só Deus? Ótimo! Lembra-te, porém, que também os demônios creem, e tremem” (Tg 2,19). É acreditar no que não se vê e não se toca, não pode ser explicado? Também. A Carta aos Hebreus diz justamente isto: “a fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem” (Hb 11,1). É uma forma de tocar o que não se pode ver ou provar. Pela fé experimentamos a graça, a bênção, o perdão, a presença amorosa de Deus. Porém, ela vai além. Seria um sentimento? Claro que sim. Mas não só. Experimentar emoção, chorar, sorrir, sentir o coração bater mais forte, tudo isso pode vir da fé, mas passa ou muda com facilidade. É fazer parte de uma Igreja, de uma religião, ter uma crença, fazer preces? Também isso é sinal de fé. E é muito importante para a nossa vida. Mas o que melhor expressa a fé se chama ADESÃO. Em se tratando da fé cristã, adesão à pessoa de Jesus Cristo e ao seu projeto: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33). É bom ter clara a força significativa dessa palavra. Adesivo é algo que cola. Como a ‘fita adesiva’, por exemplo. Então, ter fé significa “colar” em Jesus Cristo. Não desgrudar dele. Não abrir mão. Saímos agora de um processo eleitoral. Muita gente ‘aderiu’ a um candidato, fez campanha, foi para a rua, para a internet, ‘comprou briga’, fez comícios, carreatas… Por quê? Pode até acontecer que alguns tenham feito isso por dinheiro ou interesses particulares. Na religião também acontece isso. Mas a maioria faz isso porque acredita na pessoa do candidato, em suas propostas, na causa que ele defende, no seu projeto, no grupo que está com ele. Abraça a fé cristã quem acredita no Deus da Aliança, que se revela em Jesus Cristo. Acredita no seu projeto do Reino e em suas palavras expressas no Evangelho e em toda a Bíblia. Crê em sua proposta de vida, abraça a sua causa, procura “ter os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo” (Fl 2,5). Por acreditar em Jesus, procura viver o que Ele ensinou e faz de tudo para que Ele seja conhecido, amado e seguido. Não tem vergonha de falar sobre Ele, divulgar seu projeto, defender sua causa. Na parábola da videira (Jo 15), Jesus repete cerca de dez vezes a palavra ‘permanecer’, para dizer que Ele é o tronco, nós somos os ramos e, que só vamos crescer, dar frutos, nos manter vivos, se permanecermos unidos a Ele e, por meio dele, aos outros. Portanto, ter fé é acreditar em Jesus Cristo, aderir ao seu projeto, viver sua Palavra, abraçar sua causa, testemunhar, anunciar, PERMANECER em sintonia com Ele. O desejo da Igreja é que este Ano da fé fortaleça a nossa convicção, nos ajude a “descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé”; que nos deixemos “plasmar pela graça”, que intensifiquemos nosso testemunho de caridade, porque “a fé sem obras é morta” (Tg 2,26). Espera-se que participemos mais assiduamente e conscientemente da Eucaristia, busquemos mais a Palavra, e procuremos nos engajar em algum grupo de reflexão e de ação pastoral. É a fé que pode suscitar e alimentar em nós a esperança de um mundo melhor. Mas não é qualquer tipo de fé que pode garantir isso. É o que dizíamos no hino do III Fórum Social: quando a fé se tornar compromisso, a esperança será verdadeira.

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